segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Pico - A montanha mais alta de Portugal

 O cume da montanha está a 2.351m acima do nível médio da água do mar, constituindo o ponto mais alto de Portugal. É também o ponto mais elevado da dorsal meso-atlântica, embora existam pontos mais altos em ilhas atlânticas, mas fora da dorsal. Medido a partir da zona abissal contígua, o edifício vulcânico tem aproximadamente 5.000 metros de altura, estando cerca de metade, submersa nas águas do Atlântico!

No cimo da montanha, que constitui a parte ocidental da ilha do Pico, localiza-se a cratera do vulcão própriamente dito e dentro dessa cratera, numa erupção recente do ponto de vista geológico, surgiu outra elevação, com cerca de 70 metros de altura, a que foi dado o nome de Pico Pequeno ou Piquinho.
Na base desta segunda elevação emanam fumarolas vulcânicas com forte teor de enxofre.


A cratera, apresenta-se sensivelmente arredondada, tendo cerca de 700 metros de perímetro por uma profundidade, medida a partir dos bordos, com cerca de 30 metros.
O Vulcão do Pico é muito recente (aproximadamente 750 mil anos de idade), entrando em actividade, pela última vez, no seu flanco sueste (São João) no século XVIII.

É escalável por trilhos marcados ou por serviço de um guia. Foi considerado percurso pedestre, apesar de ser algo difícil, devido às diversas condições meteorológicas que podem causar com que inexperientes na montanha, se percam do trilho marcado.



A montanha do Pico alberga uma flora de grande diversidade e raridade, incluindo as espécies endémicas do arquipélago, bem descrita nas obras de Rui Teles Palhinha, Pierre Allorge, Ilídio Botelho Gonçalves e outros investigadores que ali herborizaram. É de facto um contributo de peso para a riqueza da flora e mesmo da fauna, das florestas, de altitudeda, da Laurissilva , típicas da Macaronésia.

A paisagem que circunda a montanha, é muito variada e estratificada em altitude. O ponto mais alto, que no Inverno fica coberto de neve, tem muita pouca vegetação, resumindo-se a líquenes e outras entidades do mesmo nível trófico.
À medida que se desce a montanha, a terra, praticamente nua de vegetação, começa lentamente a dar lugar a uma arborestação de maior nível trófico - as pastagens de altitude - locais onde o gado, principalmente bovino, é pastoreado com um carácter predominantemente extensivo. Por volta dos 1500 metros de altitude inicia-se uma cobertura vegetal de carácter arbóreo.

Já na zona de pastagem surgem várias lagoas, como a Lagoa do Capitão, situada no planalto interior, ou a Lagoa do Caiado, situada esta no planalto central e integrada num núcleo de lagoas de várias dimensões.


É de salientar, que a vegetação predominante destes locais, apresenta um povoamento dominado pela arborização endémica das florestas Laurissilva, assim como nos contrafortes da própria montanha.
A protecção a toda esta biodiversidade, tanto do ponto de vista da flora, como da fauna e mesmo da própria litosfera, onde predominam abundantes correntes de lava basáltica - entre gigantescas correntes de bagacina - cuja cor negra predomina, levou a aumentar o nível de protecção (já existente) - Reserva Natural da Montanha do Pico) com a criação posterior da Reserva Natural do Pico, e mais tarde a criação do Parque Natural da Montanha do Pico.

Subir a montanha do Pico é um acto que não dever ser encarado de animo leve e com irresponsabilidade, dado não só a altitude que se atinge, assim como a orografia do local, podem permitir, em qualquer altura, ficar rodeado de nuvens ou neblinas cerradas e por vezes chuvas intensas.
Esta escalada, permite ao alpinista desfrutar de calma e serenidade, só possível no silêncio das grandes montanhas. No horizonte, onde o mar domina, encontra-se um azul inebriante que muda de tom, conforme a hora do dia e a nebulosidade.

À noite, quando a Lua reina no céu, a paisagem é um tanto estranha, dir-se-ia, esplendorosamente bucólica. No mar, iluminado pelo luar, nasce uma estrada de luz que se estende até ao horizonte. Ao redor do alpinista impera o silêncio, aqui e ali cortado pelo murmúrio do vento e seguido pela sombra do luar!
O Oceano Atlântico agiganta-se, bem lá ao fundo dos 2.351 metros da montanha, com as ilhas do grupo central dos Açores a pintalgá-lo. Avista-se, logo ali, a ilha do Faial, mais além, a ilha Terceira, a de São Jorge e a Graciosa.
Durante o dia, distinguem-se os seus pormenores e recortes, mas à noite, somente se vislumbra a tremeluzente luz artificial de candeeiros, lanternas e frontais dos montanheiros.
A escalada do Pico, faz parte dos trilhos pedestres da ilha do Pico, constituindo o Trilho Pedestre da Montanha do Pico. Regendo-se por princípios que devem ser levados em conta, de forma a não colocar em perigo a vida de quem se faz à montanha. E assim nasceu a Carta de Princípios de Escalada à Montanha do Pico.

Essa carta, aconselha as seguintes medidas e atitudes:

A subida à montanha, embora não seja difícil do ponto de vista da técnica deverá, preferentemente, ser efectuada durante os meses de Verão e por pessoas com capacidade para empreender uma caminhada apreciável.
A distância a percorrer a pé desde o início do percurso, se for a partir da casa da abrigo existente na montanha, ronda os 5 quilómetros, sendo o acesso feito por veredas e trilhos que, e à excepção da parte inicial, se encontram devidamente identificados com marcos de betão com cerca de 1 metro de altura e que se destinam a guiar o caminhante. Estes marcos de betão, são de grande importância como referências do percurso, dado que de um marco pode visualizar-se o marco seguinte e o antecedente, caso não haja nebulosidade.

Acesso à Montanha do Pico, nos Açores, tem nova sinalização

O trilho que conduz ao topo da Montanha do Pico, nos Açores, dispõe de uma nova sinalização para guiar em segurança os montanhistas. São 46 marcos em madeira, colocados numa base de inox e pintados com tintas reflectoras, de acordo com a tipologia internacional de marcação de trilhos pedestres.
Estes marcos, cada um com um número diferente, têm maior resistência às condições atmosféricas adversas e permitem, em condições normais de subida, uma boa visibilidade de um poste para o seguinte. Contudo, as autoridades regionais continuam a aconselhar que a subida ao ponto mais alto de Portugal seja acompanhada por um guia certificado.

O percurso que liga a Casa da Montanha ao denominado ‘Piquinho', no topo da Montanha, tem  cinco quilómetros de extensão e é percorrido anualmente por cerca de seis mil visitantes.
As novas regras de acesso ao Pico permitem apenas 160 pessoas, em simultâneo, no percurso, sendo que no ponto mais elevado de Portugal - a 2351 metros de altitude - apenas podem estar 40 pessoas ao mesmo tempo.

Aqui lanço o desafio, para todos que ainda não tiveram a possibilidade de escalar o Pico, que o façam, pois será certamente uma experiência única e inesquecível!


Promoção de comportamentos de vida saudável e feliz.
Adefacec2011

2 comentários:

  1. Meu caro Beça
    Não tem prevista uma ida aos Açores que inclua a subida ao pico do Pico? Organizada por si era uma garantia. Se houver diga...

    Um abraço
    José Sousa

    ResponderEliminar
  2. Estimado José Sousa,
    posso adiantar (em primeira mão) que estou a pensar...gostava muito de facto de escalar o Pico...e conhecer (um pouco) da beleza dos Açores!
    Estou a pensar!
    Abraço Amigo,
    F. Beça

    ResponderEliminar